A segunda expedição da primeira pesquisa brasileira na área de ciências humanas na Antártida foi concluída pelos pesquisadores da UFMG, depois de uma viagem de 45 dias. A expedição deu sequência ao projeto que visa conhecer, do ponto de vista da Arqueologia e da Antropologia, o processo de ocupação humana do território antártico. A primeira viagem aconteceu em janeiro de 2010 e a terceira está prevista para janeiro de 2012.
Liderada pelo professor do Departamento de Antropologia e Sociologia da UFMG, Andrés Zarankin, a equipe partiu no início de janeiro e coletou vários objetos, indicativos da ocupação humana na Antártica, nas escavações realizadas nas ilhas Shetland do Sul. Acondicionados numa câmara frigorífica, os materiais virão para o Brasil num navio que chegará no início de maio. “Estamos trazendo uma coleção bem interessante em termos de quantidade e qualidade”, destaca o professor, que foi pela segunda vez à Antártida pela UFMG, juntamente com a mestranda Sarah Hissa, do programa de pós-graduação em Antropologia da UFMG, e Luis Guilherme Resende, doutorando UnB. Integraram a equipe a professora Yacy-Ara Froner Gonçalves, do Centro de Conservação e Restauração de Bens Culturais Móveis (Cecor) da Escola de Belas-Artes da UFMG, Nelson Soto, doutorando da Universidade Catolica del Norte (Chile) e Elisângela de Morais Silva, mestranda do programa de pós-graduação em Antropologia da UFMG. Os três foram a Antártica pela primeira vez.
“Acessamos sítios arqueológicos nunca antes acessados e conseguimos um volume maior e mais significativo de materiais. Foram mais de 10 sapatos, muitos cachimbos, garrafas, louças, uma luva inteira de mais de 220 anos. São materiais muito interessantes, ficamos muito satisfeitos com a expedição”, salientou, ao informar que todos os objetos serão conservados e estudados para identificar a vida cotidiana dos primeiros habitantes do território Antártico, mais especificamente nos sítios arqueológicos do princípio do século XIX, localizados nas ilhas Shetland do Sul.
Conservação
A professora Yacy-Ara Froner acompanhou a equipe de arqueologia na coleta de campo e cuidou da limpeza superficial de sedimentos, secagem e embalagem para evitar impactos durante o transporte. Yacy-Ara, que chefiou o laboratório de conservação e restauração do Museu de Arqueologia e Etnografia da USP, realizou também acompanhamento fotográfico e controle de temperatura e umidade locais para monitorar o comportamento dos materiais na migração para situação climática muito diferente no Brasil. Os objetos (em couro, metal, madeira, tecido, ossos, vidros e cerâmicas) encontrados na expedição de 2011 serão tratados no Laboratório de Ciência da Conservação (Lacicor), onde já estão os objetos vindos da expedição de 2010.
Segundo Yacy-Ara, as análises têm papel duplo. “Elas geram informações arqueológicas e dão subsídios para definição das técnicas de preservação, incluindo os produtos para conservação”, afirma a professora da Escola de Belas-Artes da UFMG, que atuou como consultora para acervos antropológicos no Museu Nacional da UFRJ.
A equipe de pesquisadores apresentará este ano, de acordo com o professor Zarankin, um projeto para a elaboração de um mapa arqueológico de todos os sítios das ilhas Shetland do Sul. “Será um projeto em parceria com a Argentina e Chile que começará a ser executado a partir de 2013”, acrescentou.
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